SÓ É LIVRE O CORAÇÃO QUE ESTÁ PRESO A UM AMOR

"Pensamentos"

sábado, 29 de maio de 2010

Madrigal

A escuridão da noite revela o que a luz radiante esconde
Pois existem coisas que só podem ser vistas na solidão.
A névoa de um olhar demonstra o que palavras não sabem expressar
Pois há mais que simples mistério nas sombras de um coração.


O frio cortante divide alma e corpo
A chuva cai sobre a terra e a enriquece
Pensamentos me ocorrem no vazio da madrugada
Enquanto o amanhecer resplandece.


Cheguei em meu ponto de partida
Para seguir com propósitos estabelecidos
Por meu espírito que permanece ardente


Parei de caminhar para refletir meu caminho
E sobre as pedras chorei meus pesos
E meus princípios se tornaram nascente.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Porquê impor condições à sua felicidade?

Quantas vezes você já ouviu a si mesmo dizendo:
"Se eu tivesse isso..."
"Se su soubesse fazer..."
"Se eu fosse mesmo assim..."
"Se eu vivesse naquele lugar..."


Em nosso errôneo conceito de liberdade e felicidade, estamos
continuamente impondo condições para aceitarmos que podemos ser felizes.
Mas será que não há um jeito de se ver capaz e competente para ser o que
você é, e aceitar que aquela imagem que você representa é apenas uma
ilusão que você sustenta, com a pobre esperança de um dia ser mesmo desse
jeito? E quanto aos outros? Você prefere que te admirem pelo que você é, ou
gosta que vejam em você aquela imagem que você projeta através de suas representações?


Quem precisa ser livre e feliz é você, não o seu personagem...


Ler... Refletir... Comentar!
Abçs.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O tempo e a segurança.


Por que me sinto tão seguro só porque seguro a tua mão?
E por que me sinto tão vivo, só quando sua mão está sobre o meu peito
A sentir as batidas do meu coração?

Se teu sorriso pra mim é tão lindo como o amanhecer,
Por que não me contento em contemplá-lo apenas uma vez por dia
Como uma vez por dia compete ao sol nascer?

Quando estaremos vivos o suficiente para viver?
Será que o futuro nos aguarda com surpresas de felicidade?
Quando não tivermos mais tantos afazeres que nos mantém ocupados,
Será que andaremos de mãos dadas como fazem os namorados?

Minha alma despedacei,
Por tanto que já te magoei
E por tanto que já sofri,
De tentar entender desisti...

O que me resta agora é esperar
O dia em que meu olhar não mais te incomodará.
Para que minha visão não seja maldita
Mas possa admirar o quanto és bonita
E por quanto viveres assim será.

Se espero demais da vida
E se minha esperança é perdida,
Então minha alma já não sabe no que acreditar
E somente o tempo poderá me mostrar.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

E se...

Isto é um poema...




E se um dia eu achar que posso mesmo ser feliz sem você?
Se um dia eu me convencer que tenho olhado para o amor com os olhos enganados?
E se por um instante eu duvidasse que tudo o que sempre cultivei era real?
E se um dia eu achasse que todas as minhas palavras de carinho eram apenas versos rabiscados?


Se um dia eu chegasse à conclusão de que minha vida não é nada disso?
E também achasse que não preciso mais de nada do que sempre busquei?
Se um dia eu acordasse com a sensação de que tudo foi em vão?
E que agora preciso caminhar sozinho para recuperar o que desperdicei?


E se um tempo chegasse em que eu não mais viveria por amor?
E seu carinho e atenção já não me fizessem mais falta na vida?
E se meus olhos já não te olhassem com todo desejo e em vocÊ não visse mais tanta beleza?
E se meu coração se cansasse de tanto bater sua canção repetida?


E se hoje eu achasse que não tenho mais tempo para amar assim?
E que preciso chegar a uma nova dimensão de meus instintos e vontades?
E se começasse a agir igual à maioria, sem me deixar levar pelas águas do amor?
E se nada mais do que eu disse pudesse me resgatar de um momento de saudades?


E se, mesmo que já passado tanto tempo eu perdesse os sentidos da percepção emotiva,
Que por tantos e tantos dias foram meu apoio para caminhar longos caminhos?
E se nem tuas palavras que eu busquei, nem tuas mãos que segurei,
Nem teu perfume fosse mais motivos de tanto desejo e carinho?


E se eu chegasse a pensar que todo amor foi ilusão, que foi em vão,
Que não valeu a pena sentir, sofrer, errar, aprender, perdoar, viver e amar?
E se um dia eu me visse sozinho com meu coração vazio,
A perder toda esperança de ser feliz por te fazer minha razão de lutar?




... ! ...  e se tudo de repente parecesse uma grande mentira?




... Se um dia algo assim me acontecesse, querida minha...
Com certeza eu já estaria aguardando a morte, e dela se encheria a minha alma
Pois se teu amor não me bastar, nem todo o mundo me bastará...
Serei apenas um verso sem rima,
História que não termina...


Serei a última gota de chuva
A última estrela da madrugada
Não terei mais por quem chorar
E nem por que viver essa vida apaixonada...

sábado, 8 de maio de 2010

As flores do jardim - parte II

Chove.
Os raios de sol enfraquecidos pelas nuvens iluminam debilmente o campo florido.
Meus olhos molhados admiram o brilho das gotas que ficam sobre as pétalas.
No alto da serra as altas árvores se enclinam ao sabor do vento como se dançassem uma melodia suave. No chão do jardim pequenas plantas recebem do céu sua benção líquida.
Meus olhos choram, como se de alguma forma pudessem contribuir com a natureza em sua missão de molhar a terra.
Fecho os olhos.
Em minha mente, perguntas são formuladas a cada instante. Em meu coração, só uma resposta se repete a cada batida.
Sonho com uma escada que me leva ao céu, às nuvens, de encontro com a origem das águas que descem suavemente sobre minha pele, como que em uma suave carícia. Sonho acordado em uma mística experiência. Meu corpo permanece prostrado diante das flores, enquanto meu espírito ascende às mais inimagináveis altitudes. Relâmpagos atravessam meu coração etéreo em um pulso de energia e lúcida quietude. Um raio corta os céus como uma lâmina de luz intensa. O estrondo abala todo o vale das flores e os montes ao redor.
A chuva aumenta sua intensidade, e apesar do medo, minha alma não deseja fugir.
Então me deixo atingir pela força furiosa da natureza...
Meu leve espírito, conduzido pelas águas, retorna ao meu corpo em forma de chuva...
Abro os olhos.
A chuva cessa... os céus se abrem... a luz invade o jardim, o vale, as montanhas até o horizonte.
Contemplo os resultados da tempestade... Todas as flores se inclinaram e se encontram prostradas ao chão molhado... Todas, exceto uma que permanece altiva no centro do jardim.
Rainha das flores, como se assim de pé permanecesse a ser reverenciada por todas as outras que se inclinaram diante da sua presença.
Ela é a rosa branca... suas pétalas exalam o fresco perfume revelado por lágrimas de orvalho da madrugada e pela fria chuva de outono. Refletem a luz de um céu agora límpido e claro.
Novamente em meu corpo físico, me sinto completo e renovado. Certo que levarei a lembrança daquela mágica experiência por toda a vida, desejo agora o perfume sedutor daquela rosa branca, e no jardim permaneço até o anoitecer.
Em meus braços, seus espinhos não me ferem... meu fogo não a consome...
Estamos vivos e completos.
A lua testemunha nosso momento de amor.