SÓ É LIVRE O CORAÇÃO QUE ESTÁ PRESO A UM AMOR

"Pensamentos"

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Chamas

Consciência... pouco a pouco se esvai...
Blocos derrubados do muro forte que me protegia
Em poucos instantes nada restará...
Blocos outrora consistentes de uma certa alegria

Você se afasta das chamas que consomem meu corpo
Já está fora de alcance dos braços da minha alma
Promessas... lembranças... asas...
Sentimentos que caem como lágrimas de uma chuva calma

Estou te perdendo... de dia, de noite
Estou sentindo seu olhar ir embora
Leva junto o paraíso
Leva tudo o que eu preciso
Leva minha vida inteira agora...

Lua cheia de luz
Céu cheio de caminhos inexplorados
Memórias que povoam um coração cheio de sonhos
Ilusões marcadas por momentos passados

Perdendo a consciência... pouco a pouco se vai...
E um amor que continua crescendo sem perceber
Que já não há espaço pra tanto
Que já não há vazios para preencher

Chuva fina, doce e calma
Cai como lâminas suaves a me rasgar
Já sei onde me esconder
Mas não sei se posso me salvar

Noite infinita
Cala minha voz por uma eternidade
Ainda haverá uma palavra que me salve?
Ainda haverá um caminho de verdade?

Vento que sopra por entre as montanhas
Atiça as chamas que permanecem em mim
Suavemente me consomem
Em um sonho sem fim...



sábado, 14 de maio de 2011

A Floresta Escura
















Entre as árvores, um espírito vaga
Em busca de razões, em busca de sentido.
Na escuridão da noite sem lua,
Apenas o som de um coração partido.

Nem o vento se pronuncia.
Nem as estrelas ousam brilhar.
Dentro da floresta da alma que espera
Pelas mãos que a vem libertar.

Seu rastro de força e de fé
Agora tão apagado quanto seu olhar,
Já não parece inspirar poetas,
Já não tem mais a quem importar.

Floresta escura, negra tenda da morte.
Passagem da luz que irradiava,
E de tão rápida não percebia,
Que a escuridão já a esperava.

Bate o coração que sobrevive;
Ecoa nas encostas das nascentes.
Percorre o labirinto entre as árvores
Arranca segredos sobreviventes.

Ele se apega às chamas que o queimam
Porque nelas vive sua liberdade.
Enquanto ardem e o consomem,
O permitem sentir o calor da verdade.

Até que o frio lhe arrebate a vida,
E a escuridão dissipe sua esperança,
No meio da floresta escura
Permanecerá um coração de criança

As árvores conhecem toda história
Feita de fogo, terra e paixão,
Feita de água, ar e emoção.

A noite nunca termina na floresta escura
Nas amarras da razão de existir
Permanece o mesmo coração.